sexta-feira, 18 de setembro de 2009

flor

florescem os vazios de mim.
de compridas e pálidas pétalas,
de secas folhas cheias de nervos
onde pulsa o nada.
desenhada de solitude,
a flor da minha dor.

à revelia

esqueceu de dizer que isso de viver é também coisa doída.
daquele tipo de coisa que mastiga a alma, com lentidão perversa e quase bela de tão leve. coisa assim que disfarça o tempo, mas dele nunca se desfaz, enganando vontades e anseios. é dessas coisas que se esquiva fácil, fácil.

esqueceu de dizer também que há quem nem o doído da coisa sinta e que não há sentido que lhe interesse nessa coisa tão absurda. e que gentes assim não querem sentido, e nem tem sentido a coisa também.
vivem à revelia da própria coisa, essa de viver.