quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

se ainda sou capaz
de doer,
ainda hei de pulsar
de amor.

sobre a recusa de despedidas

porque não haveria de ter uma despedida definitiva sequer. a última seria como todas as outras: entre beijos doces, abraços esgotados e carinho transbordante. algumas palavras confessadas no vazio de um apartamento desconhecido. dores desabafadas, gargalhadas tão sutis. pedidos atendidos e outros prometidos. suspiros de corpos tão aliviados do gozo do reencontro.

porque nunca haveria uma despedida, além da troca de levezas entre dois cúmplices.

minha insônia dói

as dores tem vida noturna.
sentem conforto no travesseiro
e no escuro de qualquer quarto.

se escondem o dia inteiro.
quietas, sempre tão discretas.

e quando anoitece e o silêncio chega,
despertam e exigem atenção exclusiva.

dores ficam histéricas na madrugada.
e se desmancham em água
por entre os lençóis.