quinta-feira, 24 de abril de 2008

oh my darling, Clementine

chegar em casa ontem e assistir "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" foi um soco na boca do estômago.
tenho dormido umas 5 ou 6 horas por noite, e perder uma dessas horas preciosas de sono ontem (é, o filme já tava na metade) era necessário pra mergulhar numa poesia aquém de mim. poesia feita de solidão, posto que não existe nada mais solitário que a experiência em si. o sentir tão particular e as memórias sempre tão subjetivas. me irrita quando ouço falarem mal da solidão. acaso existe experiência mais solitária que o amor? a impossibilidade de se fazer entender e a sede insaciável por entender o outro. quantas vezes não fazemos do amor uma casca para nos esconder de nós mesmos?
.
minhas lembranças são inalcançáveis.
não me vejo sem elas, mas, constantemente, penso em deixá-las pra trás.
não me sinto capaz e me apavora a intensidade do vazio que restaria em mim.
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ontem, fui dormir embriagada de lágrimas.
muitas memórias me percorreram antes que eu apagasse alguns números do meu celular.
se é pra restar apenas o vazio, que reste sem casca.
e ficarei em carne viva.

6 comentários:

Luciana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana disse...

existe melhor experiência do que um amor comum, comungado e não solitário? a possibilidade única, rara de se fazer e se entender e possibilitar ao outro a própria consciência de si!?

porque apego às suas lembranças (principalmente as sofridas)? não faça delas aquela lata de leite condensado que você come ao poucos para não acabar e que guarda como se fosse seu principal nutriente.. auto-engano..

deixe a carne exposta e desafie a se aproximarem dela, quem o fizer será digno do seu amor.

muito bom o diálogo pela poesia

Luciana disse...

nossa que brega eu sou.. ge-suis!

mas eu acredito em mim :P

Anônimo disse...

Aconteceu comigo também. Mas consegui pegar o filme do início.

angelica duarte disse...

Lu...

o apego às minhas lembranças é inevitável para mim. mas, definitivamente, não é apego às lembranças sofridas. na verdade, o movimento mais suicida é me apegar às coisas boas...

sobre isso de ser digno do meu amor, não sei se cola não. heheh
mas, a carne tá exposta. quem tiver estômago, que se aproxime. :)

e pô, Lu, tamo aê super bregas falando dessas coisas, oras! hahah

Eduardo Ferreira disse...

eu assisti esse filme por indicação e curiosamente diz muito de mim. descontruções de si mesmo... muito bonito.
dera podermos esquecer de quem amamos para amá-los continuarmente