terça-feira, 20 de dezembro de 2011

imaginariamente

Decidi acolher tua sugestão de pensar com os pés. Vou fazer as malas e traçar meu caminho rumo ao teu. Malas não, só uma mochila. Que para caminhar junto, não é preciso muito. Vou levar os versos do Leminski e da Hilda e um romance do Kundera (que é para saciar nossa vontade de filosofia poética). Roupas, só de calor. Porque é verão ainda e, se alguma brisa fria nos surpreender, tua barba nos aquecerá. Para os pés, só chinelos, que é para preservar a liberdade do pensamento. Te encontro na cidade dos três corações, porque fica na metade do caminho pra nós dois, tem corações no nome e cheirinho de café na memória.


Prometo pensar com os pés os nossos caminhos. Mas vou sentir só com as mãos. E instituir o tato a nossa linguagem primária.

4 comentários:

Ananda disse...

<3

Marcus disse...

ternuras meridional e setentrional em braille

Anônimo disse...

Leve e ao mesmo tempo profundo. "Para os pés, só chinelos, que é pra preservar a liberdade do pensamento". "Se alguma brisa fria nos surpreender, tua barba nos aquecerá".

:)

angelica duarte disse...

quero invadir fronteiras
e tatear levezas.