pairam sobre mim
delírios sufocantes
de razão e sensatez
transitória e louca,
sigo descaminhos
feitos de sonhos
muito bem arquitetados
minto que são planos
pareço razoável
invento minha lógica.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Cartas que não são
de Passiflora para Centauro
E quando penso naquela noite, duas coisas me intrigam insistentemente: o porquê da sua partida tão repentina e o porquê do meu silêncio e incapacidade de pedir que você ficasse.
Havia encanto ali
O verão se preparava ainda
Mas o calor já judiava
Eu, inebriada de felicidade, flutuava pelos espaços da casa, dançando ao som de qualquer melodia. Tinha sede de possibilidade e doía o maxilar de tanto sorrir. Você, íntegro e altivo, acompanhado da sua garrafa de grappa, parecia inatingível e sóbrio. Salvo os discretos sorrisos (quase) escondidos pela barba.
Primeiro, ouvi tua voz tão nítida
Só depois,
Vi teus olhos de oceano
Meus lábios de ervas
Os teus, de uva
Sob o azul do céu
(Do mar, da noite)
O que se via eram dois
Mas éramos um só
Dançando
Sob o tilintar da sintonia
Eu sei, Centauro, teu ímpeto de razão era humano. E o que quer que pulsasse em você recuou e deu lugar à sensatez. Se despediu e foi embora. Passiflora, resignada, silenciou e assistiu a noite te engolir.
Meu ímpeto
(Tão humano também)
É o de preferir
O delírio à razão.
Não recue agora
Deixe pulsar
Fique.
fragmentos #4
(ou "das cartas que nunca serão enviadas")
Ébria, descabelada e desprovida de razão, dançando num quintal à meia luz. Quando me dei conta, você já estava lá, ao lado, tentando acompanhar o ritmo do meu descompasso. Quando encontrei teus olhos de oceano, sorri e soube que o mergulho era inevitável.
Ébria, descabelada e desprovida de razão, dançando num quintal à meia luz. Quando me dei conta, você já estava lá, ao lado, tentando acompanhar o ritmo do meu descompasso. Quando encontrei teus olhos de oceano, sorri e soube que o mergulho era inevitável.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
cafonices carnavalescas
é carnaval, baby
quatro dias e meio
pra fazer samba e amor
até mais tarde.
as ruas cheias e barulhentas
parecem boa razão
pra não sair da cama.
vem tecer o nosso enredo
fazer folia no meu coração.
é carnaval, baby
e meu bloco tá na sua.
quatro dias e meio
pra fazer samba e amor
até mais tarde.
as ruas cheias e barulhentas
parecem boa razão
pra não sair da cama.
vem tecer o nosso enredo
fazer folia no meu coração.
é carnaval, baby
e meu bloco tá na sua.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
tudo e tanto
talvez não fosse tanto
se não fosse doce,
se não fosse leve.
quem sabe fosse tudo
e ainda pouco,
se fosse palavra
e canto.
e se fosse matéria
não seria nada,
esse delírio louco.
se não fosse doce,
se não fosse leve.
quem sabe fosse tudo
e ainda pouco,
se fosse palavra
e canto.
e se fosse matéria
não seria nada,
esse delírio louco.
fragmentos #3
(ou "das cartas que nunca serão enviadas")
E então, o eu-mergulhante aceitou a fantasia, escreveu, confessou, desejou e fez planos um tanto sonhadores. Eu quis Leminski e mãos dadas, quis dividir uma bebida quente e ouvir jazz. (...) Depois de respirar uma boa dose de razão, percebi o quanto era ingênua minha fantasia, quase infantil. Chorei um pouco, porque sonhar sozinha é uma das coisas mais tristes que tem.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
just in time
Era tanto encantamento que deu até vontade de pedir em casamento. Dividir a cama, a cidade, as contas e os versos. Imaginava qualquer coisa meio Paulo Leminski e Alice Ruiz. Meio Céline e Jesse se reencontrando apesar dos azedumes e doçuras que entrelaçam tudo nessa vida. Quis o ensejo de uma vida emaranhada de versos escritos sob a luz do amanhecer, ainda se espreguiçando na cama, embaixo do cobertor ou sob a brisa do ventilador. Era tanto encantamento que até se esqueceu que não acreditava em casamento.
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