sexta-feira, 25 de julho de 2008

ébrios amantes III

preferia quando a pegava com força para confessar desejo e não para levantar a voz com palavras tão ásperas. sabia que só a embriaguez o faria dormir com o corpo tão colado ao dela. aqueles braços envoltos em si eram sufoco e não abrigo: doía até os ossos. pela manhã, não havia nada além da indiferença, o café amargo, a urgência do trago e a tentativa de afago. lover, you should've come over ainda tocava quando algumas palavras vazias foram ditas antes que a porta se fechasse. aumentou o volume, acendeu um cigarro e deixou que a certeza da despedida tomasse conta de si. nenhuma lágrima caiu.

Um comentário:

Eduardo Ferreira disse...

ode ao doce momento passado